Arranco De Engenho De Dentro, Inicia Os Desfiles Desta Sexta-Feira (17)

Alexandre Gatti
Antes de tudo haver, já havia tudo – ou quase tudo: o batuque, os versos, os poetas, o canto, os fundamentos e assentamentos, os pavilhões, a iminência da festa, o cheiro bom da festa, a macumba, as torcidas, as cordas de aço, as tias, os santos (todos eles), as fés (todas elas), o barulhinho bom, o disse-me-disse, o zum-zum-zum… A DISPUTA. Havia samba, terreiro e chão. Havia o mundo, havia carnaval.
Rio de Janeiro, bairro do Engenho de Dentro, domingo, 20 de janeiro de 1929. Dia de Oxóssi, dia de São Sebastião. Zé Espinguela, líder religioso, compositor, arengueiro, jornalista, fundador da Mangueira, juntou três agremiações e um time de bambas para realizar aquele que é considerado o primeiro campeonato de samba, a origem dos desfiles de carnaval. Na disputa, nada menos que a Deixa Falar (que se transformaria em Estácio), o Conjunto de Oswaldo Cruz (futura Portela) e a Mangueira. Cartola, Heitor dos Prazeres, Benedito Lacerda, Paulo Benjamim de Oliveira, Antônio Caetano. Estavam todos lá. Estão todos, ainda hoje, aqui.
Marcando seu retorno à Marquês de Sapucaí, o Arranco do Engenho de Dentro deixou uma boa expectativa já no ensaio técnico para o desfile de hoje (17). Assim como a evolução, os destaques positivos foram o samba e a comissão de frente, hoje foi muito diferente dos ensaios técnicos, todos os segmentos tiveram bastante tempo para treinar o samba e veio hoje com tudo, com o gogo afinado e cantaram do início ao fim como esperávamos.
Comissão de frente:
Coreografada pelo coreógrafo Fábio Batista a pela comissão de frente da Arranco do Engenho de Dentro que substituiu, Rodrigo Sathler, que esteve à frente do quesito no último desfile. Fábio Batista é dançarino, diretor, coreógrafo e estudante do curso de História na PUC Rio. Ele também atua como presidente da Associação Cultural do Andaraí, Projeto PoDe-C! Andaraí, além de ser diretor da Escola Carioca de Danças Negras, diretor/coreógrafo da Cia Clanm, membro do Coletivo Negraação, membro da Comissão Artística do Sindicado da Dança do Rio de Janeiro e diretor Artístico da Mangueira.
Trouxe para avenida bailarinos Presentando uma coreografia digno do seu enredo, com passos 100% sincronizados e com os movimentos coreográficos muito bem realizado pelos mesmo que se apresentavam para os jurados e assim buscando a nota máxima.
Mestre-Sala e Porta-Bandeira
Yuri Souzah e Gislaine Lira
Passaram na avenida maravilhosamente bem, com o cortejo do Mestre-Sala a Yuri Souzah mostrou para que serve uma boa condução e dança de seu parceiro, os dois tiraram aplausos do publico de hoje (17), parabéns ao casal que com certeza deram o seu melhor para garantir a nota máxima nessa noite.
Agremiação e seus componentes apresentaram um belíssimo desfile do inicio ao fim, passando no tempo e vibrando para quarta-feira permanecer ou subir para o grupo especial.